O que é a globalização
O
conceito de globalização, tal como é conhecido hoje, surge na década de 1980, e
se refere a um estágio mais avançado da interdependência de todos os povos
existentes na Terra, bem como de todas as economias. Quando a questão é
estritamente econômica, o conceito mais utilizado é o de mundialização, que é
um processo que vem ocorrendo desde os séculos XV e XVI, com a unificação dos
mercados.
Já
a globalização é estendida também para as questões sociais, como a cultura, os
costumes, a religião, as crenças. Assim, a globalização abarca também um
contexto identitário, e não meramente econômico.
Quais
são os elementos que contribuem para a globalização?
A
globalização tem como base vários elementos inter-relacionados, como a ascensão
das tecnologias das comunicações e da informação. Assim, entende-se que os
avanços que ocorreram historicamente no âmbito das tecnologias, bem como das
infraestruturas e das telecomunicações, são importantes elementos que
fundamentam o fenômeno da globalização. Isso ocorre pois, até pouco tempo,
várias partes do mundo eram precariamente conhecidas, e as informações
demoravam demais para chegar. Com esse desenvolvimento, a informação ocorre
instantaneamente em quase todo o mundo. Cabe destacar que nem todas as partes
do mundo estão interligadas, sendo que ainda existe uma ampla parcela da
população que não tem acesso aos recursos tecnológicos e da informação.
Os
fluxos internacionais foram facilitados pela globalização, permitindo que mais
pessoas tivessem condições de viajar, por conta do acesso aos meios de
transporte em contextos mais recentes. Assim, as pessoas tiveram a oportunidade
de sair de seus locais de origem e conhecer outras realidades, com isso,
entrando em contato com culturas diferentes e percebendo as desigualdades
existentes no mundo. Ao entrar em contato com a diversidade existente no mundo,
fragiliza-se a ideia de que há uma homogeneidade na globalização. Esse contato
possibilita um fortalecimento das identidades locais, ao mesmo tempo em que
abre a possibilidade de trocas culturais.
Os
fatores econômicos possuem ampla relação com a questão da globalização, sendo o
grande elemento destas novas modalidades econômicas as corporações transnacionais.
Essas corporações são empresas que produzem bens ou prestam serviços em vários
países, sendo que elas representam cerca de dois terços de todo comércio
mundial. Essa modalidade de comércio se intensificou a partir da Segunda Guerra
Mundial, e algumas das principais empresas neste sentido são a Coca-Cola,
General Motors, Colgate-Palmolive, dentre muitas outras. Esses empreendimentos,
por vezes, se estabelecem em regiões onde a mão-de-obra é mais barata, e onde
recebem incentivos fiscais, e revendem seus produtos para todo o mundo.
As
fases da globalização
Fase embrionária:
começo do século XV até metade do XVIII, fase marcada pela decadência do
feudalismo e um crescimento das comunidades nacionais, houve um avanço das
explorações geográficas e das conquistas de territórios e ainda a difusão de
conceitos como indivíduo e humanidade.
Fase incipiente:
metade do século XVIII até a década de 1870, os estados unitários são
fortalecidos, há uma formalização de conceitos de relações internacionais e dos
problemas do internacionalismo, comunicações e regulamentação ampliam-se da
Europa para todo mundo.
Fase da luta-pela-hegemonia:
década de 1870 até metade de 1920, debates sobre a sociedade global, uma
aceleração das comunicações, surgimento do movimento ecumênico, hora e
calendários universais, primeiro conflito considerado universal.
Fase da incerteza: De
1960 até começo dos anos 90, o “terceiro mundo” foi incluído nas redes do
sistema industrial, houve uma conscientização global com a difusão de
instituições e movimentos globais, problemas relacionados a multinacionalidade,
o conceito de indivíduo se torna mais complexo devido as questões de gênero e
etnia, o sistema internacional se torna mais fluido, sistema de mídia global se
torna poderoso, surgem questões ecológicas mundiais.
As
contradições da globalização
A
globalização é, simultaneamente, um processo de homogeneização e de
diferenciação. De homogeneização porque os grandes agentes da globalização
impõem seus padrões pelo mundo afora e tendem a tornar tudo parecido. Os
aspectos próprios do local definem as diferenciações.
Assim,
enquanto os elementos de uma cultura global são disseminados pelos recursos
midiáticos, ou mesmo pelas possibilidades que os avanços dos meios de
transporte trouxeram para os deslocamentos humanos, por outro lado, as
identidades locais também são fortalecidas pelo contato com culturas
diferenciadas. Então não se pode dizer que há uma perda cultural (aculturação)
diante do fenômeno da globalização, mas sim a expansão de uma multiplicidade de
aspectos culturais, uma hibridização cultural.
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