E.E.
Prof. Catharina C. Padovani
Texto compilado por
prof. Wil Martins
2º ANO E.M.
OS CIRCUITOS DA PRODUÇÃO
INDÚSTRIA
Uma indústria é um conjunto de empresas
que produzem ou vendem produtos semelhantes ou que prestam serviços
semelhantes. As fazendas compõem a indústria da agricultura, ou indústria
agrícola. As fábricas fazem parte da indústria manufatureira. As escolas
integram a indústria de serviços educacionais. Portanto, ao contrário do que
normalmente se pensa, o termo “indústria” não significa apenas “fábrica”, mas
toda atividade organizada em grande escala.
As indústrias são importantes para
a economia de cada país. A primeira indústria humana foi a agricultura.
Esta ainda é a indústria principal da maioria dos países em desenvolvimento.
Outra indústria que está entre as
primeiras a terem surgido é a da mineração, ou seja, a
extração de metais e outros materiais da terra. Desde os tempos pré-históricos
os humanos extraem metais para produzir ferramentas e outros bens.
As indústrias manufatureiras fabricam bens com as matérias-primas produzidas pela agricultura e
pela mineração. Esses bens servem para uso cotidiano, como roupas, carros,
computadores, papel e alimentos processados. Outra indústria é a da construção
civil. Os trabalhadores da construção constroem casas, prédios, estradas,
portos, pontes, barragens, usinas e sistemas de esgotos, por exemplo.
A indústria de serviço domina as
economias dos países desenvolvidos. Os trabalhadores da indústria de serviços
não fornecem bens concretos — em vez disso, realizam ações. Professores,
mecânicos de automóveis, barbeiros, pintores de paredes, banqueiros e atores,
todos atuam na indústria de serviços. Uma das mais importantes entre as
indústrias de serviços é a das telecomunicações. Ao conectar telefones e computadores, as telecomunicações permitem que
pessoas falem com outras que estão a grandes distâncias.
Revoluções industriais: Primeira, segunda e terceira revoluções.
Nos
primórdios da presença humana na Terra, as
modificações que o homem produzia eram muito pequenas, sobretudo, antes do
desenvolvimento da atividade agrícola. No decorrer da história da humanidade,
com o crescimento populacional e com o desenvolvimento de novas técnicas, o
domínio de novas tecnologias e os novos instrumentos de produção, as
intervenções nas paisagens foram sendo cada vez mais intensas e amplas.
Nesse
sentido, um marco na relação sociedade-natureza e no estabelecimento de novas
formas de produção foi a Primeira Revolução Industrial.
Essa
Revolução Industrial foi um processo iniciado na Inglaterra,
aproximadamente na metade do século 18, que teve como um dos principais
acontecimentos a invenção da máquina a vapor e sua aplicação na produção
têxtil, ou seja, na fabricação de fios e tecidos.
Esse
processo trouxe modificações significativas na economia e na sociedade, que se
tornaram mais complexas, e, por consequência, no espaço geográfico:
aumentou a quantidade de profissões, de mercadorias produzidas, de unidades de
produção (as fábricas); as cidades passaram a crescer, em alguns casos, num
ritmo bastante acelerado; o campo conheceu um processo de mecanização; foram
estruturadas ferrovias, que aumentaram a capacidade de circulação de
mercadorias e pessoas, além de terem agilizado o transporte; a necessidade por
matérias-primas agrícolas e minerais ampliou-se significativamente e, em
decorrência disso, muitos povos foram explorados, sobretudo no continente africano.
Essas
modificações foram, num primeiro momento, restritas aos países que hoje
denominamos de desenvolvidos - diversos da Europa, como Alemanha, França,Bélgica e Holanda entre
outros, além da própria Inglaterra; EUA; Japão. A
partir de meados do século 20, alguns países subdesenvolvidos se
industrializaram, entre eles, o Brasil, mas o
processo verificado nesses países é diferente daquele que ocorreu nos
desenvolvidos, pois, por exemplo: o capital (dinheiro e máquinas) veio, em boa
parte, de fora (de outros países), assim como a tecnologia, por meio de
empresas estrangeiras (multinacionais).
Segunda
Revolução Industrial
Desde a
Primeira Revolução Industrial, o avanço tecnológico passou a atingir um ritmo
bastante acelerado e isso se intensificou a partir da segunda metade do século
20 (Terceira Revolução Industrial), com o lançamento contínuo de novos
produtos, a elaboração de novas máquinas e o aprimoramento de equipamentos de
informática e de robôs, sempre controlados pelas grandes empresas
multinacionais que possuem sedes nos países desenvolvidos e por esses países
mesmos.
Na Segunda Revolução Industrial,
entre meados do século 19 e meados do século 20, diversos inventos passaram a
ser produzidos e comercializados: automóvel, telefone, televisor, rádio, avião.
Essas
situações de avanço tecnológico contínuo e modernização de equipamentos e
produtos podem contribuir para que as pessoas desvalorizem o que não é moderno,
inclusive, as sociedades que têm uma grande riqueza cultural, nas quais a
criatividade humana está presente de forma marcante, como nas diversas
sociedades indígenas que habitam o Brasil.
Terceira revolução industrial
Logo após
a Segunda Grande Guerra, a economia internacional começou a passar por
profundas transformações. Elas caracterizam a Terceira Revolução Industrial,
diferenciando-a das duas anteriores, uma vez que engloba mudanças que vão muito
além das transformações industriais.
Essa nova
fase apresenta processos tecnológicos decorrentes de uma integração física
entre ciência e produção, também chamada de revolução tecnocientífica.
SÍNTESE DAS
FASES DAS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS
Primeira Fase
- Teve inicio na Inglaterra em meados do século XVIII.
- O pioneirismo inglês pode ser explicado pela existência no país de
minas de carvão mineral (fonte de energia) e minério de ferro (matéria-prima).
- O capitalismo industrial teve grande impulso.
- Foi possível graças ao acumulo de capital.
- Invenção e uso de novos sistemas de transporte como, por exemplo,
ferroviário (locomotivas a vapor) e navios a vapor. Estas invenções eram para
suprir a necessidade de transporte de mercadorias em larga escala.
- Foi uma fase de transição do sistema de produção artesanal para o
industrial.
- Houve a invenção de diversas máquinas movidas a vapor.
- Os trabalhadores das fábricas recebiam salários baixos, enfrentam
péssimas condições de trabalho e não tinham direitos trabalhistas.
- Houve o uso de mão-de-obra infantil e feminina com salários abaixo dos
homens.
- Busca de matérias- primas e mercados consumidores na África e Ásia,
através do neocolonialismo.
Segunda Fase
- Teve inicio nos Estados Unidos no final do século XIX e começo do século XX.
- Teve inicio nos Estados Unidos no final do século XIX e começo do século XX.
- Criação e uso de novas tecnologias como, por exemplo, veículos
automotores e aviões (carros, ônibus, etc).
- Houve também um significativo aperfeiçoamento nas tecnologias
usadas nas máquinas industriais que se tornaram mais eficientes.
- Sistemas de produção mais eficientes, resultando em maior
produtividade com redução de custos como, por exemplo, o fordismo.
- Uso do petróleo e energia elétrica como fontes de energia principais.
- Avanços na área de telecomunicações como, por exemplo, telefone e
rádio.
Terceira Fase
- Liderada também pelos Estados Unidos, teve inicio com o final da
Segunda Guerra Mundial (meados do século XX). É a fase que vivemos até a
atualidade.
- Introdução do uso de novas fontes de energia como, por exemplo, a
nuclear.
- Desenvolvimento e início do uso da informática, principalmente por
parte de empresas e governos. Posteriormente
para todas as pessoas.
- Melhorias nas condições de trabalho com ampliação dos direitos
trabalhistas.
- Fortalecimento do sistema capitalista.
- Crescimento econômico do Japão e da Alemanha que passam a figurar como
potências econômicas na segunda metade do século XX.
- Desenvolvimento da Genética e da Biotecnologia, oferecendo novos
recursos para a área médica e fortalecendo a indústria de medicamentos.
- Desenvolvimento da Globalização, principalmente após o fim da Guerra
Fria, que trouxe um novo cenário nas relações econômicas e formas de produção.
- No final do século XX e começo do XXI, temos o
desenvolvimento da Internet que alavancou o mundo do comércio e das finanças.
- Inicio, a partir da década de 1970, das preocupações com o Meio
Ambiente (aquecimento global, efeito estufa, desmatamentos, extinção de
espécies animais, buraco na camada de ozônio).
- Aumento da importância, no cenário econômico global, dos países
emergentes (China, Rússia, Brasil e Índia).
Taylorismo e Fordismo
Taylorismo e fordismo são formas de organização da
produção industrial que revolucionaram o trabalho fabril durante o século XX.
Esses dois sistemas visavam à maximização da produção e do lucro.
No início do século XX duas formas de organização
de produção industrial provocaram mudanças significativas no ambiente fabril:
o taylorismo e o fordismo. Esses dois sistemas visavam à racionalização
extrema da produção e, consequentemente, à maximização da produção e do lucro.
Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915), engenheiro
mecânico, desenvolveu um conjunto de métodos para a produção industrial que
ficou conhecido como taylorismo. De acordo com Taylor, o funcionário deveria
apenas exercer sua função/tarefa em um menor tempo possível durante o processo
produtivo, não havendo necessidade de conhecimento da forma como se chegava ao
resultado final.
Sendo assim, o taylorismo aperfeiçoou o processo de
divisão técnica do trabalho, sendo que o conhecimento do processo produtivo era
de responsabilidade única do gerente, que também fiscalizava o tempo destinado
a cada etapa da produção. Outra característica foi a padronização e a
realização de atividades simples e repetitivas. Taylor apresentava grande
rejeição aos sindicatos, fato que desencadeou diversos movimentos grevistas.
Henry Ford (1863 – 1947), por sua vez, desenvolveu
o sistema de organização do trabalho industrial denominado fordismo. A
principal característica do fordismo foi a introdução das linhas de montagem,
na qual cada operário ficava em um determinado local realizando uma tarefa
específica, enquanto o automóvel (produto fabricado) se deslocava pelo interior
da fábrica em uma espécie de esteira. Com isso, as máquinas ditavam o ritmo do
trabalho.
O funcionário da fábrica se especializava em apenas
uma etapa do processo produtivo e repetia a mesma atividade durante toda a
jornada de trabalho, fato que provocava uma alienação física e psicológica nos
operários, que não tinham noção do processo produtivo do automóvel. Essa
racionalização da produção proporcionou a popularização do automóvel de tal
forma que os próprios operários puderam adquirir seus veículos.
Tanto o taylorismo quanto o fordismo tinham como
objetivos a ampliação da produção em um menor espaço de tempo e dos lucros dos
detentores dos meios de produção através da exploração da força de trabalho dos
operários. O sucesso desses dois modelos fez com que várias empresas adotassem
as técnicas desenvolvidas por Taylor e Ford, sendo utilizadas até os dias
atuais por algumas indústrias.
Toyotismo, ou acumulação flexível, é um
modo de produção que sucedeu o Fordismo a partir da década de
1970. Esse modelo industrial foi aplicado inicialmente no Japão em virtude das
limitações territoriais existentes nesse país, que é extremamente dependente da
importação de matérias-primas e dispõe de pouco espaço para armazenar os seus
produtos.
O Toyotismo é caracterizado por romper com o padrão
fordista de produção em massa, que se destacava pela estocagem máxima de
matérias-primas e de produtos maquinofaturados. Com esse novo modo de produção,
a fabricação passou a não prezar mais pela quantidade, mas pela eficiência:
produz-se dentro dos padrões para atender ao mercado consumidor, ou seja, a
produção varia de acordo com a demanda.
Com isso, foi implantado o sistema just-in-time (em
tradução literal: “em cima da hora”). Nesse sistema, a importação das
matérias-primas e a fabricação do produto acontecem de forma combinada com os
pedidos dos consumidores, com prazo de entrega a ser cumprido. Dessa forma, a
oferta de produtos nunca será maior do que a demanda, o que acarreta na
diminuição dos produtos em estoque e dos riscos da queda de lucros dos
investidores.
À medida que a implantação do sistema toyotista foi
se ampliando no mundo do mercado industrial, mais notória foi a
desregulamentação das condições e dos direitos trabalhistas. Ao contrário do
fordismo, em que um trabalhador realizava somente uma única função, agora um
mesmo trabalhador é responsável por funções diversas, executando-as conforme as
necessidades da empresa. Em razão dessa flexibilidade, o toyotismo passou a ser
chamado também de acumulação flexível.
Além disso, observou-se um aumento das
terceirizações no processo de produção, pois se tornou mais barato pagar outra
empresa para fazer um determinado serviço do que uma única corporação comandar
todo o processo produtivo. Isso ampliou o aumento do desemprego e da formação
do exército de reserva de trabalhadores, proporcionando a diminuição média dos
salários e o aumento da precarização do trabalho.
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