GEOGRAFIA – Prof. Wil Martins
E.E.
Prof. Catharina C. Padovani
Texto
compilado por Prof. Wil Martins
FLUXOS E REDES
GEOGRÁFICAS
O
capitalismo necessita se globalizar ou se mundializar para que extraia
mais-valia nos mais diferentes locais do mundo, ou seja, é uma globalização do
processo de produção. As grandes empresas não precisam de um território como um
todo, pois elas trabalham com pontos particulares que são alavancas da
realização da sua riqueza.
O "meio
técnico-científico-informacional" é uma criação da sociedade capitalista,
sendo decisivo para a otimização da realização do capital. O capitalismo tem
uma dimensão social (na cultura, relações trabalhistas, etc) e tem uma dimensão
espacial-territorial. A sociedade capitalista está globalizando a sua produção
e criou o "meio técnico-científico-informacional" para a sua própria
existência.
Nas
últimas décadas do século XX, com o esgotamento do fordismo e a emergência da
revolução tecnocientífica, os novos padrões locacionais apontam no sentido da
desconcentração espacial das indústrias. As antigas concentrações industriais
dos países desenvolvidos vêm perdendo terreno para novas regiões produtivas
marcadas pelo uso de tecnologias modernas e pela forte integração com os
centros de produção de pesquisa e desenvolvimento das universidades.
A
estrutura em rede das corporações transnacionais se dissemina a partir da
década de 1970, com a emergência do ciclo de inovações conhecido como revolução
tecnocientífica que tem seu núcleo na informática, ou seja, no entrelaçamento
da indústria de computadores e softwares com as de telecomunicações. Os avanços
nas técnicas de armazenamento e processamento de informações foram
potencializados pelas redes digitais, cabos de fibra ótica e satélites de
comunicações. Essas novas tecnologias permitem a gestão informatizada dos
fluxos de informação e de produtos e inauguram o regime de acumulação flexível (flexibilidade dos processos de trabalho, dos
mercados de trabalho, dos produtos e padrão de consumo.), Caracteriza-se pelo
surgimento de setores de produção inteiramente novos, novas maneiras de
fornecimento, de serviços financeiros, novos mercados e, sobretudo, taxas
altamente intensificadas de inovação comercial, tecnológica e organizacional. A
acumulação flexível envolve rápidas mudanças dos padrões de desenvolvimento
desigual, tanto entre setores como entre regiões geográficas, criando, por
exemplo, um vasto movimento no emprego, no chamado “setor de serviços”, bem
como conjuntos industriais completamente novos em regiões até então
subdesenvolvidas.
O espaço
geográfico, na vigência deste "meio
técnico-científico-informacional", está organizado de uma maneira onde os
fluxos se aceleram, sendo esta a ordem das redes geográficas. A idéia de
"rede" é importante para poder explicar a realidade, pois as relações
culturais-produtivas-sociais estão cada vez mais horizontalizadas. Estas
redes são a forma principal dos espaços da globalização, sendo essenciais para
que este fenômeno se materialize ou se concretize. As redes geográficas levam
em conta “espaços descontínuos”, com uma abrangência horizontal, mas
intensamente articulados.
Para a
melhor potencialização da produção são necessárias uma padronização dos lugares
e uma horizontalização dos pressupostos capitalistas, fazendo fluir mais
dinamicamente a produção em uma “destruição criativa”. A corrida pela inclusão
na rede a um só tempo aproxima e afasta as componentes sociais do lugar. Acirra
as disputas internas dos lugares e entre as forças dos distintos lugares. E
assim um caráter novo de luta política aparece dentro e em decorrência do que é
o novo caráter do espaço, exigindo que se reinvente as formas de ação e que se
deixe em posição subalterna as formas clássicas mais antigas.
As redes
geográficas são a expressão do “espaço pós-fordista” (ou toyotista), sendo
essenciais para que o processo de globalização ocorrer, para a sociedade
capitalista sobreviver e para que o "meio
técnico-científico-informacional" se realize.
As redes são realidades concretas, formadas por pontos interligados, que
tendem a se espalhar por toda a superfície terrestre, ainda que de maneira
descontínua. Essas redes se constituem na base da modernidade atual e na
condição necessária para a plena realização da economia global. Elas formam ou
constituem o veículo que permite o fluxo das informações, que são hoje o motor
principal da globalização.
No
Brasil, o “espaço fordista” só se consolidará totalmente durante o segundo
governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2006-2010), pela consolidação
do consumo (destacando programas de aumento de renda familiar, tal como a
“Bolsa Família”). Atualmente temos em nosso território o “espaço pós-fordista
ou toyotista”, levando a globalização produtiva da sociedade capitalista às
últimas consequências, integrando horizontalmente vários locais distantes
localmente. A exclusão e a desigualdade social e territorial estão ainda
maiores e cada vez mais planejadas.
O “espaço
pós-fordista ou toyotista” cria territórios de exclusão, levando o processo de
globalização às ultimas consequências. A globalização, as “redes geográficas” e
o "meio técnico-científico-informacional" estão mais
desenvolvidos na sociedade capitalista, até para que a produção capitalista
ocorra de maneira mais lucrativa para a burguesia, fazendo com que o capital se
reproduza de maneira mais potencializada.
Para que
esta rede produtiva seja instalada, o Estado deve exercer importante função
através da pesada repressão policial-militar que o bloco industrial agrário
impõe ao movimento operário esta ampla tutela: a jurídico política (tutela
sindical-trabalhista) e a ideológico-cultural (tutela escolar). Desarticulado
organicamente pelos aparatos repressivos do Estado, o operariado e igualmente
desarticulado em seus parâmetros de existência. Progressivamente, completa-se a
desagregação da sua condição de classe, sob um modo de vida imposto pelas
articulações do capital, via Estado corporativo: no espaço-fabril-bairro se
dissolve no espaço-mercado, e a consciência de classe se dissolve na cultura
formal-escolar.
Principalmente
através destes aparatos, temos uma verdadeira “globalização” produtiva e de
territórios, com unificação de lugares e de espaços regionais dantes isolados.
Esta globalização em rede também se dá na padronização dos modos de vida dos
moradores das cidades e dos campos, possibilitando a perda da individualidade e
muito da identidade local destas pessoas.
Compreender a rede geográfica é determinante para compreender o fenômeno de
globalização, a sociedade e o espaço contemporâneo. As exclusões e
desigualdades espaciais e sociais são a raiz do Modo de Produção Capitalista e
é uma contradição do capital compreendida na “lei do desenvolvimento desigual e
combinado”. Só há uma igualdade aparente no mercado, que desaparecerá na esfera
da circulação, com a desigual distribuição de renda ou das riquezas (ao patrão
cabe a riqueza e ao empregado a pobreza). Há também uma desigualdade nas taxas
de mais-valia entre os capitalistas nas diferentes empresas. Esta desigualdade
combinada só tende a ampliar na reprodução da acumulação do capital.
Os fluxos são: mercadorias, informações,
capitais e pessoas.
Redes são: Redes de transporte, Rodovias, Ferrovias,
Hidrovias, Aerovias, Redes de Comunicação, Satélite
Linhas telefônicas, Antenas parabólicas, Fios,
Cabos, Diversos aparelhos
Os fluxos de pessoas é cada vez maior o
numero de pessoas que viajam pelo mundo.
Os motivos são diversos: Trabalho, Turismo, Melhores
condições de vida, Fugindo das guerras, perseguição políticas ou religiosas.
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