quarta-feira, 23 de abril de 2014

Aula 1ºano E.M. - Fluxos e Redes Geográficas

GEOGRAFIA – Prof. Wil Martins
E.E. Prof. Catharina C. Padovani
Texto compilado por Prof. Wil Martins
FLUXOS E REDES GEOGRÁFICAS
O capitalismo necessita se globalizar ou se mundializar para que extraia mais-valia nos mais diferentes locais do mundo, ou seja, é uma globalização do processo de produção. As grandes empresas não precisam de um território como um todo, pois elas trabalham com pontos particulares que são alavancas da realização da sua riqueza.
O "meio técnico-científico-informacional" é uma criação da sociedade capitalista, sendo decisivo para a otimização da realização do capital. O capitalismo tem uma dimensão social (na cultura, relações trabalhistas, etc) e tem uma dimensão espacial-territorial. A sociedade capitalista está globalizando a sua produção e criou o "meio técnico-científico-informacional" para a sua própria existência.
Nas últimas décadas do século XX, com o esgotamento do fordismo e a emergência da revolução tecnocientífica, os novos padrões locacionais apontam no sentido da desconcentração espacial das indústrias. As antigas concentrações industriais dos países desenvolvidos vêm perdendo terreno para novas regiões produtivas marcadas pelo uso de tecnologias modernas e pela forte integração com os centros de produção de pesquisa e desenvolvimento das universidades.
A estrutura em rede das corporações transnacionais se dissemina a partir da década de 1970, com a emergência do ciclo de inovações conhecido como revolução tecnocientífica que tem seu núcleo na informática, ou seja, no entrelaçamento da indústria de computadores e softwares com as de telecomunicações. Os avanços nas técnicas de armazenamento e processamento de informações foram potencializados pelas redes digitais, cabos de fibra ótica e satélites de comunicações. Essas novas tecnologias permitem a gestão informatizada dos fluxos de informação e de produtos e inauguram o regime de acumulação flexível (flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e padrão de consumo.), Caracteriza-se pelo surgimento de setores de produção inteiramente novos, novas maneiras de fornecimento, de serviços financeiros, novos mercados e, sobretudo, taxas altamente intensificadas de inovação comercial, tecnológica e organizacional. A acumulação flexível envolve rápidas mudanças dos padrões de desenvolvimento desigual, tanto entre setores como entre regiões geográficas, criando, por exemplo, um vasto movimento no emprego, no chamado “setor de serviços”, bem como conjuntos industriais completamente novos em regiões até então subdesenvolvidas.
O espaço geográfico, na vigência deste "meio técnico-científico-informacional", está organizado de uma maneira onde os fluxos se aceleram, sendo esta a ordem das redes geográficas. A idéia de "rede" é importante para poder explicar a realidade, pois as relações culturais-produtivas-sociais estão cada vez mais horizontalizadas. Estas redes são a forma principal dos espaços da globalização, sendo essenciais para que este fenômeno se materialize ou se concretize. As redes geográficas levam em conta “espaços descontínuos”, com uma abrangência horizontal, mas intensamente articulados.
Para a melhor potencialização da produção são necessárias uma padronização dos lugares e uma horizontalização dos pressupostos capitalistas, fazendo fluir mais dinamicamente a produção em uma “destruição criativa”. A corrida pela inclusão na rede a um só tempo aproxima e afasta as componentes sociais do lugar. Acirra as disputas internas dos lugares e entre as forças dos distintos lugares. E assim um caráter novo de luta política aparece dentro e em decorrência do que é o novo caráter do espaço, exigindo que se reinvente as formas de ação e que se deixe em posição subalterna as formas clássicas mais antigas.

As redes geográficas são a expressão do “espaço pós-fordista” (ou toyotista), sendo essenciais para que o processo de globalização ocorrer, para a sociedade capitalista sobreviver e para que o "meio técnico-científico-informacional" se realize.
As redes são realidades concretas, formadas por pontos interligados, que tendem a se espalhar por toda a superfície terrestre, ainda que de maneira descontínua. Essas redes se constituem na base da modernidade atual e na condição necessária para a plena realização da economia global. Elas formam ou constituem o veículo que permite o fluxo das informações, que são hoje o motor principal da globalização.
No Brasil, o “espaço fordista” só se consolidará totalmente durante o segundo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2006-2010), pela consolidação do consumo (destacando programas de aumento de renda familiar, tal como a “Bolsa Família”). Atualmente temos em nosso território o “espaço pós-fordista ou toyotista”, levando a globalização produtiva da sociedade capitalista às últimas consequências, integrando horizontalmente vários locais distantes localmente. A exclusão e a desigualdade social e territorial estão ainda maiores e cada vez mais planejadas.
O “espaço pós-fordista ou toyotista” cria territórios de exclusão, levando o processo de globalização às ultimas consequências. A globalização, as “redes geográficas” e o "meio técnico-científico-informacional" estão mais desenvolvidos na sociedade capitalista, até para que a produção capitalista ocorra de maneira mais lucrativa para a burguesia, fazendo com que o capital se reproduza de maneira mais potencializada. 
Para que esta rede produtiva seja instalada, o Estado deve exercer importante função através da pesada repressão policial-militar que o bloco industrial agrário impõe ao movimento operário esta ampla tutela: a jurídico política (tutela sindical-trabalhista) e a ideológico-cultural (tutela escolar). Desarticulado organicamente pelos aparatos repressivos do Estado, o operariado e igualmente desarticulado em seus parâmetros de existência. Progressivamente, completa-se a desagregação da sua condição de classe, sob um modo de vida imposto pelas articulações do capital, via Estado corporativo: no espaço-fabril-bairro se dissolve no espaço-mercado, e a consciência de classe se dissolve na cultura formal-escolar.
Principalmente através destes aparatos, temos uma verdadeira “globalização” produtiva e de territórios, com unificação de lugares e de espaços regionais dantes isolados. Esta globalização em rede também se dá na padronização dos modos de vida dos moradores das cidades e dos campos, possibilitando a perda da individualidade e muito da identidade local destas pessoas.
            Compreender a rede geográfica é determinante para compreender o fenômeno de globalização, a sociedade e o espaço contemporâneo. As exclusões e desigualdades espaciais e sociais são a raiz do Modo de Produção Capitalista e é uma contradição do capital compreendida na “lei do desenvolvimento desigual e combinado”. Só há uma igualdade aparente no mercado, que desaparecerá na esfera da circulação, com a desigual distribuição de renda ou das riquezas (ao patrão cabe a riqueza e ao empregado a pobreza). Há também uma desigualdade nas taxas de mais-valia entre os capitalistas nas diferentes empresas. Esta desigualdade combinada só tende a ampliar na reprodução da acumulação do capital. 
Os fluxos são: mercadorias, informações, capitais e pessoas.
Redes são: Redes de transporte, Rodovias, Ferrovias, Hidrovias, Aerovias, Redes de Comunicação, Satélite
Linhas telefônicas, Antenas parabólicas, Fios, Cabos, Diversos aparelhos
Os fluxos de pessoas é cada vez maior o numero de pessoas que viajam pelo mundo.

Os motivos são diversos: Trabalho, Turismo, Melhores condições de vida, Fugindo das guerras, perseguição políticas ou religiosas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário